sábado, 4 de outubro de 2014

Via Ferrata

Hoje foi o último dia em Kandersteg!

Tal como os outros um dia intenso e marcante, visto termos conseguido atingir (independentemente da forma) a meta da famosa e desafiante, Via Ferrata.
O dia começou pelas 7h00 da manhã, duas atletas a provarem o que valiam numa corrida com o Grounds Manager. Por volta das 8h00, metade do grupo foi até à vila de Kandersteg buscar o equipamento de segurança, enquanto que os restantes deslocaram-se para a Via Ferrata.
Eram cerca de 10 da manhã quando começamos a escalar a parede (e que parede, era enorme). Depois de algumas informações de segurança e de termos confirmado que o equipamento estava todo funcional demos inicio a esta aventura extraordinária.
Os primeiros metros foram para nos habituarmos a escalar, quais os movimentos que teríamos que fazer durante as próximas 2h30. Desde como colocar os mosquetões até o cuidado que tínhamos de ter em colocar os pés e as mãos na rocha.


Após alguns minutos de subida, deparámos-nos com uma parede vertical em que tínhamos de atravessar, ao virarmos-nos de costas para a rocha tínhamos uma vista arrebatadora para a vila de Kandersteg e para as montanhas envolventes. 
Foi mágica aquela vista... no exacto momento que o Sol estava a aparecer por detrás das montanhas.

Depois de mais alguns metros a escalar tivemos oportunidade de passar pela 1ª ponte suspensa, que passava mesmo por cima de uma cascata, foi arrepiante! Logo de seguida tivemos um momento de pausa e descanso onde alguns aproveitaram para deixar o seu registo num livro que se encontrava para o efeito.
Neste momento estávamos a meio da subida e a uma segunda escada era o próximo desafio!

Após este passo foi uma subida "normal" até à segunda ponte suspensa do percurso (esta sim, era mesmo desafiante tanto devido à altura como devido ao comprimento). Após alguma hesitação e entreajuda todos conseguimos, superarmos-nos e atingimos o cume da montanha.
A chegada ao cume, local de partida do teleférico, foi fenomenal!
Ai aproveitamos para reunir todo o grupo e vislumbrar a magnifica paisagem que estava perante nós. 

Depois da subida veio uma extraordinária descida no teleférico, onde pudemos ter a real sensação de desafio superado. 


Depois do almoço aproveitamos para comprar alguns presentes na loja do KISC, arrumar os espaços que usufruímos durante esta fantástica semana, e despedirmos-nos dos Pinkies e de e do local que nos acolheu. Não sem antes guardarmos algo...água da massa de gelo de Lötschenpass e do Rio Kander.
Após a habitual foto de praxe desta 3ª Edição de PWP, deixámos o KISC, com o sentimento de um Até Já

Seria uma viagem longa até Portugal!
P.S. - Antes da deixarmos a Suíça fizemos uma paragem no supermercado para esgotarmos o stock de chocolates porque os nosso familiares, amigos e conhecidos são cá uns gulosos :)

   

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Fogo

Amanheceu cedo sobre o abrigo, e assim foi possível ver a magnitude e esplendor da paisagem que nos rodeava. O cansaço e preocupação da noite escura do dia anterior desapareceu, e todos sem excepção respiraram de novo o ar fresco das montanhas, que agora se mostravam sem medo.

A manhã foi mágica… fomos de novo brindados com mais um desafio, ou melhor, cifra cunhada no mais avançado equipamento tecnológico, que regista e guarda momentos da história.

Depois de criarmos a nossa capa, o desafio passava agora por compor o nosso ‘Super Homem-Novo’. Contudo não era uma fórmula simples composta apenas por objectos materiais… havia algo poderoso que redescobrimos ali, na simplicidade da construção de algo, que a partir daí ganhou vida em cada um de nós.


Ainda que calejados pela dura subida, e mesmo alguns de nós, com algumas marcas de fragilidade física, enchemos-nos de coragem e mantivemos a vontade de conseguir atingir, sem margem para dúvida, o nosso objectivo – atingir o pico do monte de Lötschenpass, a 2690m de altitude - partimos então, apenas com o essencial, pelos trilhos que se estendiam monte acima.



Foi impossível ficar indiferente à paisagem, que se abriu com o sol da manhã diante de nós. Entre sorrisos gigantes, brincadeiras e olhares que se perdiam de vista, fomos apoiando-nos e partilhando histórias e sonhos, pedaços de cada um de nós.
Parecia quase um universo diferente, sem rotinas, horários ou pressões… e neste novo universo, caminhávamos agora sobre uma massa de gelo límpido que se derretia nas nossas mãos.



Atingimos o vale gelado a 2420m de altitude. Demorámos mais tempo do que tínhamos delineado a priori para ali chegar. Tivemos de recalcular quando atingiríamos o pico da montanha, dado o ritmo do grupo. Percebemos que iria começar a anoitecer antes de chegarmos ao abrigo, e que assim sendo não teríamos mantimentos e condições de segurança que garantissem que todo o grupo chegassem bem ao centro.
Ainda que quiséssemos todos atingir o pico, compreendemos que nem todos iriam conseguir atingir o ritmo necessário para fazer esse trajecto antes de anoitecer. Por muito que nos tenha custado, entendemos que só fazia sentido se o atingíssemos enquanto grupo. 
Decidimos então regressar, não sem antes criarmos a nossa própria cruz, como símbolo do pico que atingimos em grupo e, também ela como ponto de viragem.



Descemos pelos trilhos que havíamos antes subido, acompanhamos pelo ritmo das pedras que se soltavam e rolavam na descida. Recolhemos as nossas mochilas no abrigo, e despedimos-nos do lugar onde compusemos o nosso ‘Super Homem-Novo’.
À semelhança da subida, a descida foi igualmente íngreme e sinuosa. Depois de umas quantas peripécias, atingimos de novo caminho menos acentuado, que se foi estendendo até ao Centro.


Neste caminho de regresso partilhámos de novo o peso das mochilas e até mesmo do nosso corpo, para podermos regressar, àquela que foi a nossa verdadeira base durante esta aventura.
Anoiteceu rápido, e entre os vales, o manto denso e frio da noite foi-se alastrando, mesmo assim tivemos a sorte de ser gladiados pela lua, que como que às escondidas aparecia e desaparecia entre o nevoeiro. 


Chegámos tarde ao centro, o jantar já á muito que tinha sido servido. Foi-nos guardada comida, que nos soube imensamente bem depois desta aventura. Os olhares cansados foram partilhados à mesa, mas sempre que acompanhados com um sorriso. Depois de todos os afazeres teríamos ainda aquele que haveria de ser um dos momentos mais marcantes desta actividade.
Debaixo do manto de estrelas, que estranha e magicamente se abriu de novo para nós no Campsite, passámos a guardar aquele que será o maior segredo deste nosso 'Super Homem-Novo'. Contudo, não existe nenhum equipamento altamente avançado para guardar o momento. Apenas cada um dos nossos corações o poderá revelar.

 A partir desta noite, haveria uma chama que nunca mais deixaria de fazer sentido.

Andreia Domingues.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Capa

Este foi o nosso último dia de trabalho no KISC, após as habituais rotinas matinais começamos a trabalhar por volta das 8h00. O trabalho foi no interior do Chalet e consistia em lavar\limpar quartos, mais concretamente os quartos da Suécia, Reino Unido e Holanda [aqui no KISC a maioria dos quartos são como que 'apadrinhamos' por um país\respectiva organização escutista do mesmo]. 
Foi um trabalho demoroso, pois teve que ser uma limpeza a fundo, mas no final da manhã já tínhamos concluído a tarefa e os mesmos ficaram impecáveis, e como é óbvio mesmo assim houve tempo para umas quantas brincadeiras.


Após o almoço, começamos o hike, até ao Albergue de Gfellalp (a 1847m de altitude). Percorremos cerca de 12 km pelos Alpes Suíços, foi um percurso mágico cheio de aventuras (quedas ao rio) e, acima de tudo, pudemos contemplar uma paisagem extraordinária, ente cascatas, pontes e o verde fresco dos campos.




Depois de termos percorrido cerca de 9 Km, chegamos à Aldeia de Selden, passámos por uma ponte extraordinária, foi uma passagem sobrenatural sobre o Rio Kander. Logo que chegamos à outra margem do rio iniciámos uma longa e sinuosa subida até ao abrigo. Foi uma jornada cansativa não pela distância mas devido ao declive acentuado.
Chegamos a Gfellalp já durante a noite e contámos com a companhia do nosso Grounds Manager Dries (Holandês que nos tem acompanhado e orientado) e que nos acolheu de forma confortante iluminando e aquecendo a cozinha do abrigo.

A seguir a um jantar quente e saboroso aproveitamos para elaborar a capa de super-herói com o objectivo de cunharmos nela os nossos sonhos pessoais. No final juntamos todas as capas\sonhos e construímos o "Super Homem Novo". Este seria então a representação fiel de todos os elementos que rumaram nesta aventura.



Após este momento de imaginário tivemos um espaço de partilha pessoal, no quentinho do abrigo (esteve uma noite gélida em Gfellalp). Momentos que ficam cravados na mente de cada participante.

Foi um dia Mágico!!!

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Festa Portuguesa

O objectivo da PWP é também o apoio na manutenção do KISC, por isso o trabalho terá de ser feito independentemente do calor, frio ou da chuva. Hoje não foi excepção!

Começamos o dia com um tom um pouco diferente, estava a chover.
Neste dia de trabalho, durante a manhã coube-nos apanhar lixo, trabalho este que deu para conhecer um pouco melhor o espaço e a simplicidade da sua envolvência.



Na parte da tarde e com o tempo a melhorar a olhos vistos, pudémos ajudar nas tarefas relacionadas com a lenha, desde rachar troncos até armazenar-los para o inverno. Com isto sentimos que contribuímos um pouco mais para a sobrevivência do KISC e ajudamos na preparação da nova época que se aproxima.




À noite foi tempo de celebrar Portugal e foi-nos proposto criar uma festa com as nossas tradições, desde trajes típicos, a comida, musicas, danças, jogos e muito mais. Como viemos das mais variadas regiões de Portugal Continental (inclusive da Ilha da Madeira) existiu uma grande diversidade de alimentos e bebidas, tivemos uma mesa farta e acolhedora que tinha desde poncha, chouriço, vinho do porto, alheira, ginga, a muitas outras iguarias.
Aproveitamos ainda para divulgar Portugal e o CNE. Para isso apresentamos 3 vídeos que eram bastante explicativos e cativantes do nosso país e do nosso movimento.

Os Pinkies participaram de uma forma fraterna e o objectivo de lhes mostrarmos mais da nossa cultura e costumes foi atingido de forma épica!




Tânia Ferreira